A luz no fim do túnel.

A luz no fim do túnel, textos
Eu estou assustada. Você não vê?

Esse sentimento me deixa louca, a insanidade me corrói e eu sinto como se eu estivesse caindo em um buraco fundo e escuro, eu apalpo o ar em busca de algo para segurar, mas não encontro nada.

Então minhas costas atingem o chão em um baque mudo, o ar foge dos meus pulmões e minha boca se abre em desespero. Ao longe enxergo o topo do buraco, o céu azul e sem nuvens a metros de distância e então o ar retorna e eu respiro fundo, desesperada, em quanto com as costas latejando eu tento me levantar.

Não se ouve nada ali além de minha respiração entrecortada, a minha frente um caminho escuro se abre, um túnel, o único caminho a seguir.

Na escuridão eu sigo me apoiando nas paredes, tropeço diversas vezes em quanto espero que a luz no fim do túnel apareça. Pensando bem, você devia ser a minha luz, não? Não devia ser você a me guiar, a me mostrar o caminho? A me impedir de cair?

Mas você não está aqui e eu sigo andando sozinha e, ao invés de encontrar a saída, parecia que eu ia cada vez mais fundo na escuridão, parecia que, mesmo que isso soasse impossível, a escuridão estava ficando cada vez mais densa, mais negra, era como se ao invés de subir eu estivesse descendo para um lugar profundo e assustador, meu estomago se remexia com os pensamentos do que eu poderia encontrar em meio as trevas.

Porém, para ser sincera, no fundo eu sabia o que iria encontrar e por isso não conseguia parar e voltar para trás, mesmo que no fundo soubesse que eu provavelmente conseguiria escalar aquela parede e que eu encontraria o céu azulado, eu me impelia para frente porque eu sabia que era você que eu ia encontrar lá.

Era você, seu sorriso torto e sua risada maliciosa, você era o meu monstro das profundezas, escondido dentro da minha mente e me atormentando. Você era meu sofrimento, minha dor, meu desespero e eu não conseguia dizer não a você. Eu seguia em frente, mesmo sabendo que cada arranhão que eu sofri nesse caminho difícil era por sua culpa, você era o que eu tinha de ruim, e mesmo assim eu seguia em frente.

Eu queria você desesperadamente, não me importa se existe outro alguém que poderia ter a muito tempo me mostrado a saída, eu queria você e você sabe disso. Ao fundo da minha mente eu posso ouvir sua risada corroendo meu cérebro como um ácido e então eu acelero o passo, a escuridão parecendo me envolver e me preencher.

Algo em minha mente trinca e uma lágrima é derramada em algum lugar, meu subconsciente gritava pra mim mesma que eu estava me perdendo, perdendo minha essência por algo sem futuro.

Eu ri e o som ecoou na escuridão.

Eu já havia me perdido a muito tempo, no momento em que você me deu o primeiro “oi” e sorriu de lado, ah, naquele momento eu já tinha desistido de tudo, já havia dado tudo de mim, só não sabia disso ainda.


E agora eu te perseguia, perseguia a sua escuridão que já havia a muito tempo destruído minha luz em quanto o desespero tomava todo o meu corpo, eu precisava de você, imediatamente.

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